quinta-feira, 29 de março de 2012

Vinte mil léguas submarinas






Texto: Adriano Dias

                  Sempre ouvi falar de Julio Verne, um clássico. Sempre tive medo dos clássicos, devido ao linguajar rebuscado e leitura maçante, mas eu amo, a reflexão profunda que eles oferecem.

              Essa leitura foi tranquila, pareceu-me que o livro foi escrito esse ano. Veio em mim um arrependimento de não ter lido antes. Não vim de uma família que tem a cultura de ler, foi treinando xadrez que comecei a manusear os livros, isso tenho que agradecer ao xadrez, tantas coisas boas que ele me proporcionou, impressionante como peças inanimadas pode trazer vida a um ser humano! Mas aqui estamos apreciando a arte da leitura, me desculpe a arte do xadrez,  em outro momento falarei dele.

                O que mais me impressionou foi o Capitão Nemo (quando soube que Nemo significa ninguém em latim, fiquei boquiaberto) quanto ele disse:

_ Sr. Aronnax - replicou ele com vivacidade. - Não sou aquilo a que chama um homem civilizado! Rompi com toda á sociedade por motivos que só eu posso apreciar. Portanto, não obedeço as suas regras e convido-o a que nunca as evoque em minha presença!”

                Digo de passagem que esse é um sonho que respiro todos os dias, romper com a sociedade. A partir de então lia com vivacidade todas as vezes que o Capitão Nemo era mencionado. 

             Impressionante que uma frase faz com a gente! Me deliciei nessa aventura li em um final de semana.  Um jovem universitário passar o final de semana lendo em vez de ir para as festas (que no meio universitário são muitas) ou estudar para uma prova. Quer dizer apenas que sou meio fora do comum ou o livro é surpreendente. Mas as duas afirmativas estão corretas.   

                As reflexões sobre os quatro personagens são incríveis, cada um com sua peculariedade. Em cada situação fazia me pensar sobre o caráter deles. Leia esse trecho abaixo:


Reconheci a voz de meu fiel criado e me agarrei ao braço dele.
- O choque o lançou ao mar ao mesmo tempo que a mim? - perguntei.
- De maneira nenhuma. Mas uma vez que estou ao serviço do senhor, tinha de segui-lo.
0 valente rapaz achava isso natural.”

                Fiquei a pensar como pode um homem se jogar ao mar apenas porque é o serviço dele, depois de algum tempo deixei o julgamento de lado e tentei pensar como o fiel criado, isso levou tempo, mas trouxe outra perspectiva. Isso que gosto de fazer ao ler, não encaro como um passa tempo. Mas e você o que acha? Compartilhe sobre os livros que leu!
 Até mais.


Segue um trechinho do livro.                


“Que teria acontecido ao “Nautilus”? Teria resistido às garras do“maelstrom”? Estaria o Capitão Nemo ainda vivo? Continuaria as suas terríveis represálias sob o oceano ou teria parado diante daquela última hecatombe? Será que as águas transportarão um dia para a terra o manuscrito que encerra a história da sua vida? Saberei algum dia o nome daquele homem? Através da nacionalidade do navio desaparecido, seria possível descobrir a nacionalidade do Capitão Nemo?
Assim o espero. Espero também que o seu potente navio tenha vencido o mar na sua fúria mais terrível e que o “Nautilus” tenha sobrevivido onde tantos outros navios pereceram! Se assim for, se o Capitão Nemo continua a habitar o oceano, sua pátria adotiva, oxalá o ódio se acalme naquele coração feroz! Que a contemplação de tantas maravilhas lhe extinga o desejo de vingança! Que se apague o justiceiro e que o sábio continue a pacífica exploração dos mares! Se o seu destino é estranho, também é sublime. Não o compreendi por mim mesmo? Não vivi dez meses dessa existência sobrenatural?
Assim, à pergunta feita há seis mil anos pelo Eclesiastes:

“Quem jamais pôde sondar as profundezas do abismo?” apenas dois homens, entre todos, têm o direito de responder: o Capitão Nemo e eu.”


O livro esta disponível em pdf no link abaixo:

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