Livro: O Inferno Somos Nós: Do Ódio à Cultura de Paz
Autores: Leandro Karnal e Monja Coen
Editora Papirus
Ao ler o livro O Inferno Somos Nós, duas partes me chamaram a atenção.
A primeira, quando a Monja descreve quando chegou no mosteiro; " Quando cheguei ao mosteiro, a primeira coisa que a minha superiora disse foi: Você pensa que somos todos seres iluminados? Não se esqueça que aqui somos seres humanos. Somos como pedrinhas, que colocamos dentro de uma jarra, para depois fechá-la e sacudir. As pontas vão se bater umas nas outras e provocar bastante dor. Mas quem conseguir ficar redondinho primeiro, não fere nem será feriado" p. 39.
Ai na página 88, ela diz: na vida "há obstáculos e dificuldades, mas eles não são o mais importante porque vamos superá-los. E quando os superamos, outros aparecem. eles vão ficando mais sutis e mais difíceis. Mas não desistimos do jogo...cada etapa que superamos, surgem outras".
Achei interessante esses dois parágrafos, pois achava que no mosteiro a convivência seria mais fácil, afinal, todos estão ali já com a intenção de fazer o bem e para crescer espiritualmente. No fim, cada um de nós temos o nosso próprio "mosteiro", no trabalho, dentro das instituições religiosas, na família, nos relacionamentos.
Todos os conflitos, as adversidades, são impermanentes, ou seja, não duram para sempre, mas também achar que viverá sem conflitos e problemas é uma ilusão.
No fim ganha o "jogo da vida" realmente quem aprender a lidar com esses acontecimentos sem se aborrecer ou ficar estressado.
Veja abaixo o lançamento do livro na Livraria Cultura. Vale a pena assistir.
O
livro é muito bom, recomendo com certeza, ele me ajudou a ver as
minhas desistências de objetivos e metas de outro modo.
Nele, a autora descreve 2 tipos de mentes a progressiva e a mente
fixa.
Vou
descrever rapidamente os dois tipos, pois o objetivo do Blog não é
fazer o resumo do livro, e sim, comentar o que o livro me ajudou a
refletir e a mudar em minha vida.
Pensamentos de quem tem a mente fixa:
Acredita que ela já nasceu com talento ou não; se não tem talento
não tem jeito de mudar e alcançar o sucesso;
Vê o esforço como algo ruim. Assim como o fracasso, ele indica que
você não é inteligente nem talentoso. Se fosse, não precisaria
fazer esforço;
Se as coisas forem muito desafiadoras — se não se sentirem
inteligentes nem talentosas —, elas perdem o interesse;
Indivíduos de mindset fixo acreditam quea aptidão se revelará
por si só, antes que ocorra qualquer aprendizado.
Quando
a pessoa tem mindset progressivo
Acredita no esforço para ter habilidades;
Gosta de desafios e estar em busca de crescimento;
Sabem identificar com facilidade seus pontos fortes e fracos;
O esforço é que deflagra a capacidade e a transforma em
realização;
Permite efetivamente que as pessoas gostem do que fazem, e
continuem a gostar mesmo diante de dificuldades
Sucesso significava fazer o melhor possível, aprender e se
aperfeiçoar. E isso é exatamente o que encontramos nos campeões
Bom,
depois de ler esses dois perfis... identifiquei em que áreas da minha vida tinha o mindset progressivo e fixo. Segundo a autora, podemos apresentar os dois tipos, dependendo do setor de nossas vidas.
Pensei em cada setor da minha vida:
saúde (envolve alimentação, exercícios)
relacionamento
trabalho
objetivos de vida
objetivos espirituais
Listei
todas as coisas … que tinha começado a fazer e desistido, crenças
e padrões negativos, e o verdadeiro motivo por deixar as metas de
lado. Identifiquei que algumas metas tinham sido deixadas de lado pelo mindset fixo.
Ai
refiz todas as minhas listas novamente, coloquei numa tabela no Excel com as datas e
imprimi e coloquei bem a vista. Todos os dias, vejo a tabela, faço um "x" no que fiz e com isso, vou reforçando meu mindset progressivo. Mudar hábitos é muito difícil,..mas, vale a pena tentar!!
Para
isso o autor do livro deu algumas dicas:
Observar
a voz, e os gatilhos que fazem você permanecer no pensamento fixo;
Fazer um plano para desenvolver os pensamentos fixos;
Colocar metas nos objetivos e não desistir, identificar os
pensamentos negativos e não dar atenção, seguir em frente;
Ao encontrar obstáculos e dificuldades inevitáveis, formule um
novo plano e faça, recomece mesmo que não tenha vontade.
No
fim, a maior batalha para quem tem mindset fixo, é vencer a si
próprio, seus pensamentos, a procrastinação e os pensamentos de
baixa autoestima.
A autora deixa ainda duas frases maravilhosas que me motivam quando penso em desistir...
Pense no esforço como uma força positiva,
construtiva, e não como algo desagradável
Lembre -se que a força de
vontade precisa ser ajudada.
Espero que tenha se interessado pelo livro. Se quiser saber mais sobre o livro, ouça esse ResumoCast, ele é focado para empreendedores mais dá uma boa noção sobre o livro.
Ed.: Lumen Christi Rio de Janeiro, 1979 Texto Flávio Rissas
Em "apoftegmas" encontramos um mundo que já não mais existe. O livro consiste numa coletânea de textos feita, a julgar pelos dados contidos na introdução do mesmo, por volta do século V, no espaço geográfico que hoje compreende a Grécia e o Egíto, sobretudo. Em sua maioria, são pequenas histórias, e nem sempre seu fundo moral é de fácil compreensão, e é exatamente isso que torna a obra interessante. Nós outros, os que vivemos sob o paradigma burguês da produção e do consumo, dificilmente compreendemos como virtuosa uma vida dedicada, tanto quanto possível, ao ócio; não que os monges não trabalhassem. Sim, eles trabalhavam. Alguns viviam em comunidades (Cenobitas) auto-sustentadas; outros, produziam artesanato manualmente para trocar por víveres e bens de primeira necessidade. Mas não satisfazer mais que as primeiras necessidades era visto quase como a essência do Cristianismo nesse tempo - tempo que não existe mais, como dizíamos; hoje, boa parte dos cristão considera que a essência de sua fé consiste em ter uma boa vida financeira, luxo e que tais... Alguns textos merecem citação, embora não o farei literalmente. A um Abade, Arsênio, se não me engano, foi dito, quando o mesmo pediu a Deus que lhe indicasse o caminho reto da salvação: "foge dos homens e serás salvo". Outro, ao avistar um dragão (toda consciência mistificada é dada a mistificações!) no deserto, pôs a correr, não por medo do animal, mas para que seu destemor não viesse a ser uma pedra de tropeço. Outro ainda, ao ver uma prostituta lindamente vestida, chorou - supunha-se menor digno de consideração que a moça, pois ela se dedicava mais a seus místeres que ele, monge, à devoção ao digníssimo! Outra história ainda nos dá conta de que, certa vez, houve grande tribulação na terra habitada por alguns monges, o que os fez sair e procurar o Abade; eles queriam procurar outro lugar. Então, assim que soube disso, o Abade de nome Amonas os aconselhou a voltar ao lugar, e os consolou (?) dizendo que as tribulações humanas nenhum mal poderia fazer à suas almas!...
Por fim, vale a pena uma citação tirada do texto. Ei-la: "Disse o Abade Isidoro: é esta a ciência dos santos: reconhecer a vontade de Deus.O homem, obedecendo à verdade, se torna senhor de todas as coisas, pois ele é a imagem e semelhança de Deus.O mais terrível de todos os espíritos é o de seguir o próprio coração, isto é, o próprio juízo, e não a lei de Deus.
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É só clicar no título para ler ou imprimir.
Esse é o link do site: http://www.dominiopublico.gov.br/ que possui inúmeras obras, só colocar na busca o nome do livro, caso os links abaixo não funcionem.
Morei
um tempo no meio rural, descobri que o pessoal lá não
gosta muito de leitura, mas esse eles deveriam ler, creio que depois
da leitura iam colocar apelidos em um e outro, como fazem após
assistir a novela. Fiquei impressionado como discorreu o livro, como
foi escrito. O inicio já me deslumbrou e o restante me
encantou. Quem me emprestou o livro foi um colega, que foi obrigado a
ler por causa do vestibular, creio que a obrigação
tirou o encanto da obra, mas hoje comentei o livro com ele, na
conversa ele ficou empolgado. Mas terminei o dialogo dizendo como o
livro, como conversar sobre os livros que lemos é muito
empolgante, pena que nem sempre achamos com quem comentar, mas esse
espaço é para isso, conversar sobre a leitura.
Lendo
São Bernardo a todo momento me lembrava do sitio, fiquei
nostálgico lembrando os anos que lá morei. Como é
boa a vida no campo, o silêncio, animais, plantas, a natureza
que parece que hoje não temos tempo para ela. No final do
livro ele levanta uma questão de como a vida seria diferente
se ele tivesse outra profissão, pensei sobre isso, nossas
vidas seriam diferentes se continuássemos a viver junto da
natureza, o que sei é que podemos levantar hipóteses,
mas o que passou não volta, mas agora como vamos viver depende
de nós. Essa é uma leitura que recomendo para quem quer
apenas se deliciar da literatura na tarde de um domingo como para
quem quer refletir sobre a sociedade.
Escolhi um trecho de uma
negociação, que muito me fez rir e lembrar das
barganhas do meio rural que ainda são assim. Deliciem-se!!!
“-
É o que tenho. Cada qual se remedeia com o que tem. Devas, não
nego, mas como hei de pagarassim de faca no peito? Se me virarem hoje
de cabeça para baixo, não cai do bolso um níquel.
Estou liso.
-
Isso não são maneiras, Padilha. Olhe que as letras se
venceram.
-
Mas se não tenho! Hei de furtar? Não posso, está
acabado.
-
Acabado o quê, meu sem-vergonha! Agora é que vai
começar. Tomo-lhe tudo, seu cachorro, deixoo de camisa e
ceroula.
O
presidente honorário perpétuo do Grêmio Literário
e Recreativo assustou-se:
-
Tenha paciência, Seu Paulo. Com barulho ninguém se
entende. Eu pago. Espere uns dias. A dívida só é
ruim para quem deve.
-
Não espero nem uma hora. Estou falando sério; e você
com tolices! Despropósito, não! Quer resolver o caso
amigavelmente? Faça preço na propriedade.
Luís Padilha abriu
a boca e arregalou os olhos mitídos. São Bernardo era
para ele uma coisa inútil, mas de estimação: ali
escondia a amargura e a quebradeira, matava passarinhos, tomava banho
no riacho e dormia. Dormia demais, porque receava encontrar o
Mendonça.
-
Faça o preço.
-
Aqui entre nós, murmurou o desgraçado, sempre desejei
conservar a fazenda.
-
Para quê? São Bernardo é uma pinóia. Falo
como amigo. Sim senhor, como amigo. Não tenciono ver um
camarada com a corda no pescoço. Esses bacharéis têm
fome canina, e se eu mandar o Nogueira tocar fogo na binga, você
fica de saco nas costas. Despesa muita, Padilha. Faça preço.
Debatemos
a transação até o fusco-fusco. Para começar,
Luís Padilha pediu oitenta contos.
-
Você está maluco? Seu pai dava isto ao Fidélis
por cinqüenta. E era caro. Hoje que o engenho caiu, o gado dos
vizinhos rebentou as porteiras, as casas são taperas, o
Mendonça vai passando as unhas nos babados...
Perdi
o fôlego. Respirei e ofereci trinta contos. Ele baixou para
setenta e mudamos de conversa.
Quando
tornamos à barganha, subi a trinta e dois. Padilha fez abate
para sessenta e cinco e jurou por Deus do céu que era a última
palavra. Eu também asseverei que não pingava mais um
vintém, porque não valia.
Mas
lancei trinta e quatro. Padilha, por camaradagem, consentiu em
receber sessenta. Discutimos duashoras, repetindo os mesmos
embelecos, sem nenhum resultado.
Resolvi
discorrer sobre as minhas viagens ao sertão. Depois, com
indiferença, insisti nos trinta e quatro contos e obtive
modificação para cinqüenta e cinco. Mostrei
generosidade: trinta e cinco. Padilha endureceu nos cinqüenta e
cinco, e eu injuriei-o, declarei que o velho Salustiano tinha deitado
fora o dinheiro gasto com ele, no colégio. Cheguei a ameaçá-lo
com as mãos. Recuou para cinqüenta. Avancei a quarenta e
afirmei que estava roubando a mim mesmo. Nesse ponto cada um puxou
para o seu lado. Fincapé. Chamei em meu auxílio o
Mendonça, que engolia a terra, o oficial de justiça, a
avaliação e as custas. O
infeliz,
apavorado, desceu a quarenta e oito. Arrependi-me de haver arriscado
quarenta: não valia, era um roubo. Padilha escorregou a
quarenta e cinco. Firmei-me nos quarenta. Em seguida roí a
corda:
-
Muito por baixo. Pindaíba.Descontado o que ele me devia, o
resto seria dividido em letras. Padilha endoideceu: chorou,
entregou-se a Deus e desmanchou o que tinha feito. Viesse o advogado,
viesse a justiça, viesse a polícia, viesse o diabo.
Tomassem tudo. Um fumo para o acordo! Um fumo para a lei!
-
Eu me importo com lei? Um fumo!
Tinha
meios. Perfeitamente, não andava com a cara para trás.
Tinha meios. Ia à tribuna da imprensa, reclamar os seus
direitos, protestar contra o esbulho. Afetei comiseração
e prometi pagar com dinheiro e com uma casa que possuía na
rua. Dez contos. Padilha botou sete contos na casa e quarenta e três
em São Bernardo. Arranquei-lhe mais dois contos: quarenta e
dois pela propriedade e oito pela casa. Arengamos ainda meia hora e
findamos o ajuste.
Para
evitar arrependimento, levei Padilha para a cidade, vigiei-o durante
a noite. No outro dia, cedo, ele meteu o rabo na ratoeira e assinou a
escritura. Deduzi a dívida, os juros, o preço da casa,
e entreguei-lhe sete contos e quinhentos e cinqüentamilréis.
Não tive remorsos.”
O livro é muito interessante, foi escrito por um neurocientista clínico e psiquiatra.
Ele fez uma pesquisa relacionando o comportamento humano com as imagens do cérebro.
O livro foi dividido em partes: em sistema límbico profundo, gânglios basais, córtex pré-frontal, sistema cíngulo e lobos temporais.
Para cada área citada, ele descreveu alguns comportamentos mais evidentes, e dá algumas dicas para as pessoas identificarem esses padrões de comportamento e como revertê-los, ou amenizá-los.
Na primeira etapa de cada capítulo, ele dá uma lista de comportamentos para a pessoa enumerar de (nunca) a 4 (muito frequentemente), dessa maneira, a pessoa vai identificando os seus comportamentos mais freqüentes, como por exemplo: sentimentos de tristeza, mau humor, negativismo, irritabilidade, esquecimento, dificuldade de concentração, etc..
Ele diz, que quando o sistema límbico está hiperativo, ele liga o filtro da mente no negativo e a pessoa vive em constante estado de pessimismo, para mudar esse padrão:
o primeiro passo é identificar esses pensamentos,
segundo passo: a freqüência que eles aparecem na mente
terceiro passo: identificar como o corpo reage a eles.
Seu corpo reage a todos os pensamentos negativos ou positivos que você tem!!!
Quando a pessoa fica brava, seus músculos se tornam tensos e seu coração começa a disparar.
Quando a pessoa tem sentimentos positivos o corpo libera substâncias químicas que faz seu coração bater mais lentamente, suas mãos ficam mais secas, seus músculos relaxam. Se quiser, faça o teste, pense em algo muito positivo e sinta o que aconteça com seu corpo...
4. Quarto passo
Considere esses sentimentos negativos, como uma poluição, ou seja, eles contaminarão todas as suas células, e farão você se sentir péssimo. Os pensamentos automáticos nem sempre lhe dizem a verdade, desafie-os, identifique os seus pensamentos automáticos, veja se eles estão te ajudando a ter uma vida mais harmoniosa ou mais infeliz. Treine seus pensamentos a serem mais positivos e esperançosos. Você consegue mudar sua vida, mudando seus pensamentos, que mudarão seus sentimentos.
Dica 1:elimine o sempre/nunca--> eu nunca vou conseguir um aumento, meus filhos nunca me ouvem.. questione: será que realmente eu nunca vou conseguir um aumento? Não teve momentos que meus filhos me ouviram?
Dica 2: quando algo ruim acontecer, tente encontrar um lado positivo na situação, não deixe o pessimismo ficar martelando na sua cabeça!! Parece difícil? Sim, no início é mesmo, mas tudo é treino, comece a treinar agora, com as pequenas coisas que te perturbam..
Dica 3:Não faça previsão do futuro... como por exemplo: quando eu chegar em casa tudo estará uma bagunça... isso gera um sentimento ruim, quando você prevê coisas ruins, você colabora que elas aconteçam.
Dica 4: Não faça leitura da mente... ninguém consegue ler sua mente!!! você nunca sabe o que os outros estão pensando, a menos que lhe digam. Quando há coisas que você não entende, pergunte sobre elas para esclarecê-las.
Dica 5: Não acredite nas sensações ruins, questione-as, as emoções, às vezes, mentem para você, questione se essas sensações são baseadas em eventos ou coisas do passado, se são realmente verdade, ou é só uma sensação.
Dica 6:Não se torture com a culpa, ela não é produtiva. Livre-se dessa turbulência emocional desnecessária que o impede de alcançar os objetivos que almeja. O passado você não pode mudar, mas o presente e o futuro só dependem do que você fizer agora.
O que eu aprendi com tudo isso? Que para mudar a nossa vida, só depende de nossos pensamentos e emoções. Se conseguirmos identificá-los podemos modificá-los. No começo não é fácil... mesmo sabendo como funciona, ainda me pego com pensamentos repetitivos, alguns negativos... mas assim, que percebo, eu tento trocá-los por positivos, e quando o pensamento fica atormentando, troco por uma palavra ou frase positiva, e fico repetindo... já que a mente é teimosa, também serei! rsss...
Como gostei demais desse livro, recomendo a leitura!!!
Sempre ouvi falar de Julio Verne,
um clássico. Sempre tive medo dos clássicos, devido ao linguajar rebuscado e leitura
maçante, mas eu amo, a reflexão profunda que eles oferecem.
Essa
leitura foi tranquila, pareceu-me que o livro foi escrito esse ano. Veio em mim um
arrependimento de não ter lido antes. Não vim de uma família que tem a cultura
de ler, foi treinando xadrez que comecei a manusear os livros, isso tenho que
agradecer ao xadrez, tantas coisas boas que ele me proporcionou, impressionante
como peças inanimadas pode trazer vida a um ser humano! Mas aqui estamos
apreciando a arte da leitura, me desculpe a arte do xadrez, em outro momento
falarei dele.
O
que mais me impressionou foi o Capitão Nemo (quando soube que Nemo significa
ninguém em latim, fiquei boquiaberto) quanto ele disse:
“_ Sr. Aronnax - replicou ele com
vivacidade. - Não sou aquilo a que chama um homem civilizado! Rompi com toda á
sociedade por motivos que só eu posso apreciar. Portanto, não obedeço as suas
regras e convido-o a que nunca as evoque em minha presença!”
Digo de passagem que esse é um sonho que
respiro todos os dias, romper com a sociedade. A partir de então lia com
vivacidade todas as vezes que o Capitão Nemo era mencionado.
Impressionante que
uma frase faz com a gente! Me deliciei nessa aventura li em um final de semana. Um jovem universitário passar o final de semana lendo em vez de ir
para as festas (que no meio universitário são muitas) ou estudar para uma
prova. Quer dizer apenas que sou meio fora do comum ou o livro é surpreendente.
Mas as duas afirmativas estão corretas.
As
reflexões sobre os quatro personagens são incríveis, cada um com sua
peculariedade. Em cada situação fazia me pensar sobre o caráter deles. Leia
esse trecho abaixo:
“Reconheci a voz de meu fiel criado e
me agarrei ao braço dele.
- O choque o lançou ao mar ao mesmo
tempo que a mim? - perguntei.
- De maneira nenhuma. Mas uma vez que
estou ao serviço do senhor, tinha de segui-lo.
0 valente rapaz achava isso natural.”
Fiquei a pensar como pode um homem se jogar ao mar
apenas porque é o serviço dele, depois de algum tempo deixei o julgamento de
lado e tentei pensar como o fiel criado, isso levou tempo, mas trouxe outra
perspectiva. Isso que gosto de fazer ao ler, não encaro como um passa tempo.
Mas e você o que acha? Compartilhe sobre os livros que leu!
Até mais.
Segue um trechinho do
livro.
“Que teria acontecido ao “Nautilus”? Teria resistido às
garras do“maelstrom”? Estaria o Capitão Nemo ainda vivo? Continuaria as suas terríveis
represálias sob o oceano ou teria parado diante daquela última hecatombe? Será
que as águas transportarão um dia para a terra o manuscrito que encerra a
história da sua vida? Saberei algum dia o nome daquele homem? Através da
nacionalidade do navio desaparecido, seria possível descobrir a nacionalidade
do Capitão Nemo?
Assim o espero. Espero também que o seu potente navio tenha
vencido o mar na sua fúria mais terrível e que o “Nautilus” tenha sobrevivido onde
tantos outros navios pereceram! Se assim for, se o Capitão Nemo continua a
habitar o oceano, sua pátria adotiva, oxalá o ódio se acalme naquele coração
feroz! Que a contemplação de tantas maravilhas lhe extinga o desejo de
vingança! Que se apague o justiceiro e que o sábio continue a pacífica
exploração dos mares! Se o seu destino é estranho, também é sublime. Não o
compreendi por mim mesmo? Não vivi dez meses dessa existência sobrenatural?
Assim, à pergunta feita há seis mil anos pelo Eclesiastes:
“Quem jamais pôde sondar
as profundezas do abismo?” apenas dois homens, entre todos, têm o direito de responder:
o Capitão Nemo e eu.”